Testes científicos que mostram como usar máscara é essencial na luta contra a Covid-19
Ainda há quem não use a máscara ou utilize-a da maneira errada. O comportamento contraria as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), de vários municípios brasileiros e de outras entidades da área. Os testes científicos têm mostrado que essas entidades estão certas, realmente o uso de máscara é essencial nesse processo.
Vários estudos têm mostrado a eficácia da peça para além da prevenção da doença, como você vai ver ao longo deste artigo. Selecionamos 6 testes científicos que demonstram a importância do uso de máscara neste período.
1- Máscaras diminuem gravidade do Coronavírus
O doutor em microbiologia Átila Iamarino publicou um vídeo em que mostra um estudo otimista sobre o uso da máscara. Além de evitar a contaminação, quando ela ocorre, a pessoa infectada tem sintomas menos graves. A explicação é que a carga virtual a que se é exposto diminui.
O estudo dividiu um grupo de militares em dois, um usava máscara e o outro não. Aqueles que estavam com a peça e contraíram o vírus tiveram sintomas leves ou ficaram assintomáticos. Já os que estavam sem máscara, ficaram mais graves. O distanciamento também revelou ter um papel importante.
2- Vírus alcança 4 metros sem máscara e apenas alguns centímetros com a peça protetora
Um grupo de pesquisadores da Escola de Engenharia e Ciência da Computação na Universidade Atlântica, na Flórida, realizou uma simulação que mostra claramente a eficácia das máscaras no combate a doenças como a Covid-19.
Nesse teste, os pesquisadores colocaram a cabeça de um manequim ligada a uma máquina de fumaça e logo depois usaram uma bomba para expelir vapor pela boca do boneco. Dessa forma, o movimento das partículas de fumaça foi detectado visualmente usando um laser verde, fazendo com elas ficarem fluorescentes nas imagens.
O experimento comprovou que sem máscaras gotículas expelidas durante a tosse podem atingir quase 4 metros em menos de um minuto. Mas com o uso da máscara é diferente, neste caso, a distância é reduzida drasticamente para apenas alguns centímetros. Ou seja, a máscara de fato cria uma barreira para que as gotículas de uma tosse, por exemplo, não afete tanto outras pessoas que estão em volta.
Diante aos testes, o diretor do Centro de Controle e prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Robert Redfield, disse em uma videoconferência para o Journal of the American Medical Association que o uso de máscara não é uma questão política e sim de saúde pública. Robert também destaca a importância de toda população ao uso e definiu esta ação como responsabilidade social.
3- UFMG mostra proliferação 0 de micro-organismos devido à máscara
A pesquisa feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é bem semelhante à pesquisa feita na Flórida, citada acima. Mas neste caso, foi usado um manequim e três voluntários, o teste analisou como as partículas de saliva viajam pelo ar entre duas pessoas.
No primeiro experimento, um voluntário conversa a meio metro de distância do manequim, sem que nenhum dos dois estejam de máscara. A placa com o meio de cultura – preparações químicas geralmente usadas para a realização de análises laboratoriais – foi fixada no rosto do manequim. Ficou visível quando as gotículas de saliva voam na direção dele.
Vinte e quatro horas depois, dez colônias de bactérias ficaram grandes o bastante para serem vistas até mesmo sem o microscópio.
Depois, o teste repetiu a simulação, porém, desta vez, com a máscara no manequim, nenhum micro-organismo foi localizado nele. As pesquisadoras, desta vez, utilizaram um método para induzir um espirro, um haste com algodão. Dessa forma, quando ninguém usava máscara, o manequim recebeu diversas bactérias na face. Mas, quando o manequim fazia o uso de máscara como proteção, nenhum micro-organismo foi localizado então.
Foi realizada uma reportagem para o Jornal Nacional sobre este teste. Inclusive, a equipe estava no local e mostrou como foi feito. Lembrando que não utilizaram o Coronavírus para o teste por motivos de biossegurança, pois haveria risco de contágio para os voluntários e para a equipe de jornalismo.
4- Experimento de Rich Davis mostra como máscara bloqueia gotículas
No final de junho, um teste sobre o uso de máscara tomou as redes sociais. O cientista Rich Davis publicou em seu próprio Twitter um experimento que realizou, para toda a comunidade da internet e seus seguidores, ele explicou de forma simples e didática o funcionamento das máscaras. Rich Davis é médico e diretor laboratório de Microbiologia Clínica do Centro Médico Providence Sacred Heart, nos Estados Unidos.
Segundo os relatos do cientista, ele espirrou, cantou, conversou e tossiu na direção de uma placa de cultura de ágar com e sem máscara. “As colônias de bactérias mostram onde as gotas caíram. Uma máscara bloqueia praticamente todas elas”, disse o médico em sua conta no Twitter.
Tweet de Rich Davis sobre o teste de máscara.
Ágar é uma substância retirada de algas vermelhas que possuem uma textura parecida com uma geleia. São feitas placas de ágar para cultivar micro-organismos no laboratório.
De acordo com Davis, as máscaras são poderosas para bloquear gotículas de saliva.
5- Máscaras também diminui infecção quando paciente está doente
O estudo foi um dos primeiros que comprovaram que o uso de máscara pode impedir que infectados pelo vírus sintomáticos ou assintomáticos propagem a doença para outras pessoas. E foi além, deixou claro que pode melhorar até a gravidade de infecções já existentes. A pesquisa foi liderada pelo professor Yuen Kwok-Yung, especialista renomado no assunto.
Os pesquisadores fizeram a preparação de duas gaiolas. Uma gaiola tinha hamsters infectados e outra com animais saudáveis. Após, colocaram as gaiolas uma do lado da outra. Também colocaram máscaras cirúrgicas em ambas gaiolas e ativaram um fluxo de ar da gaiola que havia hamsters contaminados para a outra que havia animais saudáveis.
E os resultados apareceram. Foi comprovado que a transmissão do vírus caiu mais de 60% quando fizeram o uso de máscaras. No entanto, houve uma diminuição de 15% na taxa de infecção quando as máscaras foram utilizadas na gaiola dos animais infectados e 35% na gaiola dos animais não infectados.
Dessa forma, o pesquisador que liderou o teste afirmou com clareza que o uso de máscara é fundamental para todos, não só os infectados. Assim é uma prevenção maior de contágio, principalmente devido aos casos assintomáticos.
6- Projeto Respire – da USP – mostra qual máscara é ainda mais poderosa
Em meio a tantos testes que comprovaram a eficácia da máscara, a Organização Mundial de Saúde (OMS) orientou novas recomendações do uso.
Para que máscaras de outros materiais, como a cirúrgica e a N95, sejam exclusivas para o uso de profissionais da saúde, foi recomendado o uso de máscaras de tecido para toda a população. Porém, de acordo com a nova orientação, a OMS recomenda que seja máscara de tripla camada. O projeto Respire da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveu um teste realizado com essa peça. Inclusive, no teste, é utilizado um outro tipo de TNT que não é o comum.
Fonte: Saúde BA