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Uniformizar é preciso; identidade… também é preciso!


Uniformes dão identidade para sua marca e para quem os veste.

Alguns anos atrás, quando comecei a uniformizar pessoas, eu escutava com frequência dos colaboradores das empresas que não gostavam de usar uniformes. Se queixavam que eram feios, que “pinicavam”, que ficam parecendo “sacos de batata”, não gostavam da cor, e assim por diante. Eu entendi claramente o que estavam querendo dizer, eu cheguei a usar uniforme quando trabalhei na fábrica da FÓRUM, a marca de roupas que pertencia a Tufi Duek. Na época de showroom, quando atendíamos todos os franqueados, as meninas responsáveis pelo atendimento e organização dos pedidos (eu fazia parte desta turma) deveriam usar uniformes. Você pode estar se perguntando: uma marca de roupas, na época super cobiçada e fashion, colocando uniformes nas suas lindas meninas? Este também foi meu questionamento na época!

Antes do showroom, eu trabalhava na loja e tinha um armário montado só para mim, escolhido e definido criteriosamente pelo supervisor de imagem da marca. Na época até meu cabelo tinha sido adequado pelo cabeleireiro Wanderley Nunes para o estilo que eu representaria para marca. Porque os funcionários representam a identidade de sua empresa. Mas, de repente, eu estava na fábrica da Mooca, uniformizada, para atender os franqueados. Lembro de ficar intrigada com aquilo, pois o Belini, nosso supervisor de imagem, tinha se esforçado tanto para “me montar”, me dar uma cara e identidade que conversassem com a marca. Fiquei dias analisando e pensando a respeito e cheguei à algumas conclusões.

Sobre o Design

As cores eram preto e azul marinho, coisa que, para mim, em 1998, era inconcebível de serem usadas juntas! Mas ficavam e ficam lindas quando bem combinadas. O uniforme era uma calça de alfaiaria clássica que valorizava qualquer corpo: quadril largo ou estreito, pernas longas ou mais curtas, “cheinhas” ou magrelas. A parte de cima era uma blusa gola careca e manga longa. Ou seja, também servia para qualquer corpo! Duas peças extremamente básicas e ajustáveis a qualquer biotipo, nas cores citadas acima. Então você fazia a combinação que queria, toda de preto ou marinho, ou mesmo mixando as cores. Ganhamos também o sapato! O que para mim foi a grande sensação. Era de bico fino, na ponta do sapato um detalhe em croco de verniz, todo preto. O salto, (claro, de salto fino) elegantemente baixo. Porém o uniforme “pinicava”, pois isto era o poliéster antes dos anos 2000. Muito coisa mudou para o poliéster desde então!

A experiência

Nos primeiros dias fiquei um pouco incomodada, pois meu armário na loja era incrível! Eu usava um dos vestidos principais daquela coleção, e modéstia à parte, eu arrasava nele nos meus inocentes 21 anos :0). E de uma hora para outra, estava eu de azul marinho e preto todos os dias, sem uma personalidade muito definida, aparentemente.

Os dias eram muito corridos, chegávamos muito cedo e saíamos muito tarde. Literalmente, íamos para casa somente para dormir. Então a facilidade de saber o que eu ia usar, sem ter muitas opções (na verdade pegava o primeiro da frente e mais limpo :oP), acabava deixando meus critérios de escolha muito restritos! Era sem dúvida, um armário cápsula. Passei a gostar desta facilidade, praticidade.

Com o passar de mais alguns dias, percebi que isto nos igualava, todas as meninas que usavam esses uniformes passaram a ser mais próximas, não existia afinal diferença de estilo, diferenças financeiras e por incrível que possa parecer, TODAS ESTAVAM MAIS RELAXADAS! Parece que as “máscaras” que vestimos e fortalecemos com determinadas roupas, ali não cabia mais! Éramos todas iguais, porém tendo a chance de mostrar sua real personalidade, sem antes um pré-julgamento visual precisando ser mantido em conversas. Começamos então a nos distinguir pelo cabelo e pelos nossos trejeitos naturais. Modo de agir e pensar. Na época a minha dupla – e até hoje uma das minhas BBFs, Danielle Cavallon, éramos disparadas as mais divertidas – desculpem as outras, mas é verdade ;oP. Estávamos sempre nos divertindo, rindo e fazendo piada. Ficamos conhecidas como “as mais divertidas”. Pois antes de nos olharem e definirem por nossas roupas, se somos “patricinhas” ou “largadas”, as pessoas nos enxergavam pelo comportamento e isto ajudava a definir com mais clareza quem éramos. Resultado, passei a amar o uniforme!

A marca passava uma mensagem importante através do uso dos uniformes. As cores, até então inusitadas para a época, porém extremamente elegantes, traziam modernidade e, o corte trazia classe – valores importantes para a FORUM da época. Era bonito de ver todas as meninas vestidas de forma harmônica. As distrações diminuíam muito! E a beleza e elegância reinavam.

Percepção atual

Como disse lá em cima, muita coisa mudou! O poliéster não é mais o mesmo. Ainda tem o que “pinica”? Ooh! Se tem! Mas tem também alguns incríveis, que inclusive você está comprando e jurando que é seda! O universo da modelagem melhorou muito, ou seja, vestem muito melhor. E a noção de uniforme evoluiu muito! Hoje se fala até de WORK FASHION.

Quando comecei a fazer uniformes no início de anos 2000, meu diferencial era a modelagem, pois usava minhas informações de moda para adequar aos uniformes. Por isto, o sucesso de algumas peças que fiz. Outro fator importante era que usava os tecidos de moda para fazer uniformes. Hoje nem preciso mais, pois muitas das tecelagens especializadas em tecidos corporativos acompanharam essa necessidade e tendência e atualmente fabricam tecidos incríveis! Hoje temos uma base de modelagem no escritório, que costumo dizer: não é nem de uniforme e nem de moda! É o melhor de cada mundo!

Mas talvez a mudança que, para mim faz mais diferença, é a aceitação do uso dos uniformes. Alguns anos atrás eu chegava nas empresas para uniformizar e a maioria torcia o nariz. Precisávamos fazer um trabalho interno intenso, me vendendo principalmente como uma especialista em uniformes e EM MODA, para começar a existir uma aceitação. Hoje, quando chego para conhecer o comitê de decisão – geralmente formada por funcionários, alguns me olham como a tábua da salvação! Claro, reclamando do uniforme anterior, pois (ainda) “pinica”, não veste bem, cada vez o 42 tem um tamanho e assim por diante!

Porém a necessidade e espera para ter um uniforme é super atual: “quero praticidade”, “não tenho tempo para ficar escolhendo o que vestir”, “não quero gastar minhas roupas”, “não sei o que usar no trabalho para ficar adequado (a) ”e etc. Estas são as frases dos usuários. E dos gestores: “Eu quero a marca da empresa refletida nos colaboradores”, “quero eles literalmente usando a camisa da empresa”, “o uniforme precisa passar os valores da empresa” e assim por diante.

Você já imaginou a equipe de bordo da atual Latam, vestida cada um com sua roupa, mostrando seu estilo próprio (que pode ser bastante variado!) ? Hummm, acho que não nos passaria a devida segurança que precisamos quando estamos há 10 mil metros de altura.

Resumindo

Vantagens para os colaboradores:

Em tempos que se fala muito de armários cápsulas, os uniformes são uma excelente saída! Pois reduzimos o consumo, necessidade cada dia mais presente em nossas vidas. Ganhamos mais espaço nos armários e mais tempo com o que realmente importa. Ao invés do funcionário ficar na frente do armário pensando e tentando lembrar o que usou ontem, ou antes de ontem (existe uma pesquisa indicando que este tempo é em média 15min), ele senta à mesa para tomar café da manhã com sua família, faz alguns poucos exercícios (HIIT , por exemplo), e os adeptos da meditação, ganham estes minutos para iniciar seu dia, sem contar que não irão mais chegar atrasados na empresa.

Por fim, os colaboradores se sentem valorizados quando os uniformes são bem planejados com as escolhas de matéria prima adequada. Quando são ouvidos e entendidas as suas necessidades como um todo.

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